OUÇA:
LEIA:
Felizes as pragas insanas que devoram almas.
Passa.
O dia passa e vai embora.
Desencontros e o dia seguinte é um alívio.
Pode dar errado.
Pode dar tudo errado.
E daí? Canseira a gente sente de dar sempre certo.
Só lembro do dedão do pé quando tropeço. Ou quando a unha encrava.
Às vezes dá tudo errado.
Tô nem aí.
Nesse caminho que criei quero mais a vida surrada, gastada, vivida para além da empáfia dos narizes afinados, queixos sisudos, sobrancelhas fatiadas. Da vida quero o gosto e o sufoco, a chuva na hora errada e o sol na hora certa.
Passa e vira história para que o presente seja cheio de cavalos encilhados, boca livre, beijos gratuitos, abraços quentes, cachaça ardente, sono e sonhos e tempo. A gente precisa de tempo.
Quero assim.
E a conta estourada segue firme. E quantas vezes na hora de derrubar a água no filtro cheio de café, erro a mira e faço aquela merda e o pó desce para a térmica. E quem não derramou o café dentro do açucareiro? Não? Você que nunca, não sabe o que é a emoção de se ver errado e limpar a lambança logo cedo e depois seguir em frente, que isso não é nada.
Que o que importa é a outra coisa. E entre erros e acertos eu me arrisco mais do que deveria se fosse asséptico de desejo.
Sou sujo por essa praga que devora minha alma.
Tô nem aí.
ASSISTA: